Saúde mental em tempos de pandemia

A pandemia não veio só… Trouxe o confinamento, o distanciamento social, o medo da infeção, a crise económica e a incerteza do futuro. Os planos foram adiados, os hábitos de vida reajustados onde os sintomas de stress e ansiedade tendem a aumentar.Esta semana, a Enfermeira Sara Pedrosa escreve-nos sobre a importância de cuidar da saúde mental em tempos de pandemia.

A obrigatoriedade de isolamento social, o trabalho a partir de casa, a pressão psicológica nas respostas a nível familiar e profissional, assim como as angústias diariamente sentidas por este confinamento trazem novos desafios para a manutenção da saúde mental. E porque somos todos diferentes, cada um tem a sua forma de gerir a situação e de reagir. Contudo, nesta situação, é comum e expectável que nos possamos sentir frustrados, com medo, ansiosos, mais irritáveis ou zangados e, por isso, menos tolerantes e com menos paciência para quem nos está mais próximo: a nossa família (ou aqueles com quem partilhamos o mesmo espaço físico).

Se por um lado, para alguns, há um ritmo que abranda no que respeita às deslocações diárias para o trabalho, por outro lado, para outros, esse ritmo parece acelerar pela necessidade de resposta imediata, de uma adaptação aos novos canais de comunicação que se utilizam e às dificuldades psíquicas exigidas pelos diferentes papéis representados. As adaptações às respostas quotidianas a nível profissional, familiar, pessoal e o limite ténue entre cada uma delas poderá afetar a saúde mental. É necessário procurar gerir e equilibrar tempos, emoções e atividades, com vista a valorizar a nossa saúde e bem-estar e os momentos vividos.

É importante detetar e avaliar os riscos psicossociais, nomeadamente a nível laboral, que se traduzem num conjunto de consequências nefastas quer para os trabalhadores (sofrimento pessoal e familiar; doenças físicas, como as dores musculares e articulares, dores de cabeça, problemas cardiovasculares ou hipertensão; doenças mentais, como a depressão ou o burnout; perda de salário e gastos de saúde adicionais) quer para o empregador e as organizações (absentismo, presentismo, diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, conflitos e degradação do clima de trabalho, necessidade de substituir os trabalhadores, custos com despesas de saúde).

Como consequência das alterações profundas provocadas pela pandemia de COVID- 19, a resposta ao nível da saúde mental, tem vindo a constituir uma prioridade para os cidadãos um pouco por todo o mundo.

Na Polidiagnóstico Empresas, existe o Gabinete de Psicologia do Trabalho, como complemento de uma equipa multidisciplinar, de forma a dar uma melhor resposta às necessidades de cada empresa/trabalhador.

Lembre-se: ter consciência das nossas fragilidades é uma forma de nos protegermos das mesmas!

Sara Pedrosa | Enfermeira

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